MPM arquiva ação contra comandantes do 7° Batalhão de Polícia do Exército

O Ministério Público Militar (MPM) decidiu arquivar o procedimento investigatório que apurou uma série de irregularidades supostamente praticadas pelo comandante e subcomandante do 7º Batalhão de Polícia do Exército (BPE), Ricardo Yoshiyuki Omaki e Raul José Vidal Junior, respectivamente. As denúncias levadas ao MPM indicam desde o uso de viaturas do quartel para benefícios pessoais, como para passeio em boates, até a utilização do consultório odontológico por civis, que não possuem nenhuma ligação com o Exército Brasileiro no Amazonas. O caso começou a ser investigado em junho deste ano.

As investigações duram três meses e 19 testemunhas, entre soldados e oficiais do BPE, foram ouvidas no decorrer do inquérito. Mas, de acordo com o procurador da Justiça Militar José Luiz Pereira Gomes, não foram encontrados indícios mínimos de irregularidades administrativas ou de crime militar. Os advogados que protocolaram a denúncia prometem recorrer ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para levar o procedimento à diante.

De acordo com o MPM, a maioria das testemunhas negou ter sido coagida pelo comando ou obrigada a pagar e participar de confraternizações dentro do quartel. Outras duas testemunhas também negaram ter levado o coronel Omaki a uma casa noturna, no bairro Tarumã, na Zona Oeste de Manaus, em uma viatura do batalhão. “Eles negam terem conduzido o comandante do 7º BPE à denominada boate (...). É importante frisar que é de conhecimento público que não se trata de uma boate, mas de um bar ou choperia, localizado em um bairro nobre da capital, à beira da pista em avenida bastante movimentada (...)”, destacou o procurador em seu parecer.

Quanto à denúncia mais grave, de que a esposa do comandante (que não é militar) utilizaria o consultório odontológico do quartel para atender pacientes particulares, o procurador também não detectou irregularidades. Nos autos, as testemunhas confirmaram que a esposa do comandante atendeu três pacientes no quartel, mas relataram que esses mesmos pacientes eram familiares de militares, que não conseguiram marcar atendimentos no Hospital Militar e que teriam direito de usar as instalações de saúde do batalhão. Esses atendimentos teriam sido realizados voluntariamente.

CNMP será acionado

Os advogados dos militares que protocolaram a denúncia não concordaram com a decisão do Ministério Público Militar (MPM) em arquivar o procedimento investigatório e prometeram levar o caso ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), para levar a denúncia a diante.

Chefes do comando negam perseguição a militares 

O comandante do 7º BPE, Ricardo Yoshiyuki Omaki, e o subcomandante, Raul José Vidal Junior, também foram ouvidos durante o procedimento investigatório. Em seu depoimento, Omaki negou ter ido à casa noturna em uma viatura e que nunca utilizou veículos do quartel para para atividades particulares. Ele confirmou que a esposa realizou três atendimentos no consultório do quartel e que os pacientes foram a esposa de um coronel que estava sendo transferido para Brasília, a filha de um general e o subcomandante da BPE, por necessitarem de reparações de um especialista. Segundo ele, os atendimentos foram gratuitos ou pagos através de uma guia de recolhimento da união (GRU).

Já o subcomandante, Raul Junior, afirmou que nunca recepcionou a esposa do comandante no portão da guarda e que não a escoltou até o consultório. Ele também negou que haja perseguição aos militares e que nunca determinou que subordinados pagassem suas contas particulares. Sobre os coletes balísticos estarem com validades vencidas, o comandante e subcomandante informaram que tiveram ciência do problema e que os equipamentos já estão sendo substituídos.

FONTE: A CRÍTICA http://www.acritica.com/channels/manaus/news/mpm-arquiva-acao-contra-comandantes-do-7-batalhao-de-policia-do-exercito

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